Telemática e EAD

TÓPICOS DO TEXTO

INTRODUÇÃO À TELEMÁTICA - APRESENTAÇÃO

EAD: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

HISTÓRICO

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO A TELEMÁTICA - APRESENTAÇÃO

A última década (anos 90) tem demonstrado concretamente o avanço possibilitado pela modernidade tecnológica de inúmeros setores de nossa sociedade. A exigência da sistematização em busca da eficiência e eficácia do trabalhador cresce proporcionalmente à implementação da tecnologia, já que o profissional, hoje, deve conter em sua formação fundamental pressupostos que lhe permitam ler a linguagem da tecnologia e da automação numa grande parcela das oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho.


Ao aliar-se o avanço tecnológico, caracterizado pela presença da própria tecnologia de ponta, a uma exigência que, na maioria dos casos, se torna uma necessidade do empresário e do indivíduo trabalhador, logo do homem como ser total para a sociedade, percebe-se o computador como instrumento inevitável para a prática do trabalho, seja no momento atual ou num exercício de futurologia com uma perspectiva de certeza bem fundamentada. Esta necessidade se traduz por um constante avanço da melhoria tecnológica e por, conseguinte, do resultado de produção com qualidade, sendo que se este avanço não se dá, certamente não é por falta de desejo do empresário ou mesmo do trabalhador, mas por uma série de variáveis, em geral, de cunho econômico ou de conhecimento das possibilidades.


Em decorrência da transição tecnológica que estamos vivendo, outro fator se qualifica como primordial e detém características que afetam a necessidade de reciclagem pessoal para acompanhar as exigências técnicas e mercadológicas para operacionalização. A qualificação técnica torna-se também fundamental para a atuação do trabalhador.
Vamos iniciar nossa caminhada sobre o tema da telemática buscando seu significado estático e, a partir daí, compreender suas inter-relações diversas.


A palavra telemática origina-se de TELE que significa comunicação e do sufixo MÁTICA que é uma seção da palavra informática. Assim, telemática trata da manipulação e utilização da informação através do uso combinado de computador e meios de telecomunicação.


Mas por que utilizar meios de comunicação eletrônicos ou mesmo outros meios para se passar uma mensagem que deveria ser dada presencialmente? Educação não é um processo presencial? Não é necessária a presença do professor para se fazer educação de qualidade?


A própria existência da telemática demonstra que este paradigma está sendo fortemente solapado, e a perspectiva de se fazer educação começa a romper com uma das grandes barreiras do paradigma clássico da educação - o paradigma da distância - que considerava a necessidade de não haver separação física entre o aluno e o professor como um elemento sine qua non para se fazer educação.


Hoje podemos começar a pensar em termos de uma forma de interoperação virtual que substitui o conceito de integração virtual.


Mas qual a diferença entre estes dois conceitos?


O segundo conceito - integração virtual - tem como objetivo adaptar, acomodar e integralizar determinados conceitos a uma origem definida, no caso aos elementos que o "professor" determina, enquanto que o primeiro conceito - interoperação virtual - supõe uma transcendência da integração a níveis mais profundos admitindo que o aluno estabeleça uma relação bidirecional ou multidirecional, isto é, com direitos de reconstrução das temáticas apresentadas em uma perspectiva de troca de saberes a distância entre os professores e alunos.


O elemento virtual também representa um novo conceito de construção do meio ambiente onde ocorrem as trocas de saberes entre os protagonistas interagentes. Este meio não é concreto e nem está sujeito às variáveis de contato entre os interagentes, mas é real e construído a partir de elementos do mundo concreto, transitando seus conceitos entre este mundo - chamado de virtual - e o real. Não devemos confundir a idéia de "mundo virtual" com a idéia de um mundo imaginário. Acreditamos que nem mesmo a idéia de traduzir virtual como um conceito que encerra elementos potenciais traduz a verdadeira essência desta nova perspectiva da realidade com a qual estamos lidando.


O mundo virtual existe e é construído a partir de elementos digitais, no nosso ambiente, o que leva a uma expansão dos conceitos de realidade embasados em paradigmas que também devem ser reconstruídos, pois se utilizarmos apenas a visão mecanicista de mundo careceremos de uma compreensão mais social e cultural desta perspectiva que se forma.


Por romper com a problemática da distância podemos, entre outras abordagens e possibilidades, afirmar que a utilização da telemática em si é um elemento que concorre para a democratização do acesso ao conhecimento, ainda que reconheçamos sua dependência de um grande número de outros elementos que no momento não concorrem para esta mesma intenção - a democratização. Vejamos por exemplo o custo das máquinas que, se comparado ao ganho da maioria dos brasileiros, é alto e que, por outro lado, está sendo reduzido a cada dia. Aliás, esta questão nos remete a contextualizarmos o tempo de nossas afirmações, pois o que é verdade para o inicio do ano de 1999 pode não ser verdade para fins deste mesmo ano, dada a velocidade com que ocorrem as transformações no meio tecnológico e especificamente do computador.

Outra perspectiva propiciada pela utilização da telemática é a possibilidade de interoperação entre grupos de estudos distribuídos e interconectados independentemente do continente onde os interagentes estejam fisicamente. Esta realidade propiciada pelo "mundo virtual" caracteriza uma forte perspectiva de troca que, sem dúvida, traduz-se como um elemento muito importante no novo paradigma do fazer educativo.


Sem dúvida ainda teremos muitas barreiras a serem ultrapassadas em diversas frentes de atuação, como por exemplo a problemática de linhas de comunicação, formação da cultura de trabalho virtual, conquista de autonomia por parte de professores e alunos, equipamento e outros.


Contudo, não existe mais espaço para a dúvida sobre a validação ou não deste processo - utilização da telemática no ensino - mas, sim para a busca e esta se dá sobre a problemática metodológica e didática e sobre a evolução tecnológica que permitirá um crescendo de utilização deste meio como um agente de possibilidades para a construção do conhecimento.

 

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EAD: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

HISTÓRICO

Abordar a história da Educação a Distância, na verdade, nos impulsiona ao tempo passado com mais ênfase do que poderíamos imaginar em um primeiro momento.


Quando falamos em Educação a Distância nos remetemos ao século XVIII e a um jornal em Boston-EUA onde matérias de ensino eram possibilitadas em anexo nas suas páginas. Outros autores contudo situam o inicio da Educação a Distância no século XIX, ano de 1881, quando a Universidade de Chicago disponibilizou através de correspondência um curso de língua hebraica.
Passado este período, já no século XX, iniciam-se as produções de alguns filmes instrucionais e, na seqüência, as transmissões radiofônicas, em geral realizadas pelas universidades americanas.


Não podemos contudo afirmar que as experiências realizadas nestes anos - anos 20 - possam ser computadas como tendo apresentado resultados favoráveis. Na verdade, nos Estados Unidos da América estas experiências denotaram um estado de fracasso ocasionado por diversos motivos. Segundo um documento da Universidade Federal de Santa Catarina, preparado pelo Laboratório de Ensino a Distância (1998), este fracasso se deu por questões de pouco profissionalismo por parte dos envolvidos e por questões comerciais que acabaram utilizando estes meios de divulgação e troca do conhecimento como formas para realizar publicidade.


Os anos 30 marcaram a introdução de programas de televisão com finalidades educativas, também nos Estados Unidos sendo que no final desta década foram disponibilizados mais de 400 programas orientados para a educação.


A década de 40 representou um avanço tecnológico, possivelmente motivado pelo interesse das forças armadas americanas em desenvolver novos formas de exposições de mídia e audiovisuais para treinamento. Dessa maneira, novos meios de aprendizagem começaram a ser desenvolvidos em conseqüência deste "avanço".


Neste sentido, é importante salientar que os trabalhos não apresentavam grandes mudanças na metodologia de abordagem do processo de conhecimento, mas estava centrado na pesquisa de novas formas de mídia e na pesquisa de adaptação do material desenvolvido para a utilização do meio tecnológico. É oportuno salientar que a pesquisa de novas formas didáticas e metodológicas no uso da tecnologia para facilitar a aprendizagem, seja nas escolas ou em treinamentos industriais ou ainda quaisquer outros meios que envolvam a educação a distância, na realidade encontram grandes desafios no aspecto motivacional e de geração da administração da autonomia dos alunos, questão que não era prioritária durante todo o desenvolvimento da pesquisa.


Cabe a pergunta para reflexão: Não seria este um indicativo claro de que a Educação a Distância é um estudo que obrigatoriamente deve se desenvolver de forma multidisciplinar, isto é, torna-se necessário que profissionais de áreas como a Informática e a Pedagogia devessem estabelecer um nível de comunicação mais profundo e interativo?


Nos anos 60, a Educação a Distância foi institucionalizada na Europa no que se refere ao ensino médio e superior, consolidando-se como uma forma de capacitação de recursos humanos rápida e em busca de maior eficácia.


Segundo o trabalho do Laboratório de Ensino a Distância (op. cit.) "As experiências que mais se destacaram, de acordo com Walter Perry e Greville Rumble (1987), são em nível secundário: Hermonds - NKI Skolen - na Suécia; Rádio ECCA - Ilhas Canárias; Air Correspondence High School - na Coréia do Sul; Schools of the Air - na Austrália; Telesecundária - no México; e National Extension College - Reino Unido. Em nível Universitário: Open University - Reino Unido; Fernuniversität - na Alemanha; Indira Gandhi National Open University - Índia; Universidade Estatal a Distância - Costa Rica.


A esta lista podem ser acrescentadas ainda: Universidade Nacional Aberta - Venezuela; Universidade Nacional de Educação a Distância - Espanha; Sistema de Educação a Distância - Colômbia; Universidade de Athabasca - Canadá; Universidade para Todos os Homens e as 28 universidades locais por televisão - China Popular entre outras."


Salientando que estamos apenas enumerando algumas das universidades, pois a lista seria muito mais extensa se observássemos a quantidade de empresas que hoje oferecem treinamentos de capacitação, formação e reciclagem a distância de seus trabalhadores, em diversos níveis para seus funcionários.

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HiSTÓRICO DA EDUCAÇÀO A DISTÂNCIA NO BRASIL

 

Explicitado o avanço da EAD, vamos pontuar as situações do Brasil primando pela objetividade da informação:


1923 - Primeira vez que é utilizada a Radiodifusão no Brasil com finalidades educativas por Edgar Roquete Pinto na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e operada pelo Departamento de Correios e Telégrafos. Transmitia assuntos ligados a literatura infantil e programas comunitários;


Anos 50 e 60 - Apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos no Brasil) incentiva projeto das escolas radiofônicas;
1965 - Filiação do país a OEA - Organização dos Estados Americanos - organização que tinha entre suas diretrizes básicas priorizar programas de rádio e televisão, formar mestres nesta área e promover a existência de uma coordenação permanente na área;


1974 - Projeto SACI - O Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares realizou a utilização de satélite para fins educacionais no Brasil. Projeto interrompido em 1977-78 por questões de custo;


Fins da década de 70 - Telecurso 2º Grau é lançado pela Rede Globo de Televisão, através da Fundação Roberto Marinho.

Propunha a distribuição de apostilas e aulas televisivas. Na década de 80, lança o Telecurso 1º grau e no início da década de 90, o Telecurso 2000;


Meados da Década de 90 - Criação da Secretaria Especial de Educação a Distância do Ministério da Educação aumentando o envolvimento das universidades e das pesquisas na área metodológica e com a adoção destas pelo SEBRAE, SENAC, SENAI, SENAT e SENAR;
O MEC lança os programas da TV Escola e PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação);


Fins de 1997 - Mais de 50 mil escolas públicas já estão equipadas com antena parabólica, computador, televisão e vídeo-cassete;


Início de 1998 - MEC inicia a distribuição de computadores para os NTEs (Núcleos de Tecnologia e Ensino) visando a capacitação de professores em informática educativa.

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