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INTRODUÇÃO À TELEMÁTICA - APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO A TELEMÁTICA - APRESENTAÇÃO
A última década (anos 90) tem demonstrado concretamente o avanço possibilitado pela modernidade tecnológica de inúmeros setores de nossa sociedade. A exigência da sistematização em busca da eficiência e eficácia do trabalhador cresce proporcionalmente à implementação da tecnologia, já que o profissional, hoje, deve conter em sua formação fundamental pressupostos que lhe permitam ler a linguagem da tecnologia e da automação numa grande parcela das oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho.
Ao aliar-se o avanço tecnológico, caracterizado pela presença
da própria tecnologia de ponta, a uma exigência que, na maioria
dos casos, se torna uma necessidade do empresário e do indivíduo
trabalhador, logo do homem como ser total para a sociedade, percebe-se o computador
como instrumento inevitável para a prática do trabalho, seja no
momento atual ou num exercício de futurologia com uma perspectiva de
certeza bem fundamentada. Esta necessidade se traduz por um constante avanço
da melhoria tecnológica e por, conseguinte, do resultado de produção
com qualidade, sendo que se este avanço não se dá, certamente
não é por falta de desejo do empresário ou mesmo do trabalhador,
mas por uma série de variáveis, em geral, de cunho econômico
ou de conhecimento das possibilidades.
Em decorrência da transição tecnológica que estamos
vivendo, outro fator se qualifica como primordial e detém características
que afetam a necessidade de reciclagem pessoal para acompanhar as exigências
técnicas e mercadológicas para operacionalização.
A qualificação técnica torna-se também fundamental
para a atuação do trabalhador.
Vamos iniciar nossa caminhada sobre o tema da telemática buscando seu
significado estático e, a partir daí, compreender suas inter-relações
diversas.
A palavra telemática origina-se de TELE que significa comunicação
e do sufixo MÁTICA que é uma seção da palavra informática.
Assim, telemática trata da manipulação e utilização
da informação através do uso combinado de computador e
meios de telecomunicação.
Mas por que utilizar meios de comunicação eletrônicos ou
mesmo outros meios para se passar uma mensagem que deveria ser dada presencialmente?
Educação não é um processo presencial? Não
é necessária a presença do professor para se fazer educação
de qualidade?
A própria existência da telemática demonstra que este paradigma
está sendo fortemente solapado, e a perspectiva de se fazer educação
começa a romper com uma das grandes barreiras do paradigma clássico
da educação - o paradigma da distância - que considerava
a necessidade de não haver separação física entre
o aluno e o professor como um elemento sine qua non para se fazer educação.
Hoje podemos começar a pensar em termos de uma forma de interoperação
virtual que substitui o conceito de integração virtual.
Mas qual a diferença entre estes dois conceitos?
O segundo conceito - integração virtual - tem como objetivo adaptar,
acomodar e integralizar determinados conceitos a uma origem definida, no caso
aos elementos que o "professor" determina, enquanto que o primeiro
conceito - interoperação virtual - supõe uma transcendência
da integração a níveis mais profundos admitindo que o aluno
estabeleça uma relação bidirecional ou multidirecional,
isto é, com direitos de reconstrução das temáticas
apresentadas em uma perspectiva de troca de saberes a distância entre
os professores e alunos.
O elemento virtual também representa um novo conceito de construção
do meio ambiente onde ocorrem as trocas de saberes entre os protagonistas interagentes.
Este meio não é concreto e nem está sujeito às variáveis
de contato entre os interagentes, mas é real e construído a partir
de elementos do mundo concreto, transitando seus conceitos entre este mundo
- chamado de virtual - e o real. Não devemos confundir a idéia
de "mundo virtual" com a idéia de um mundo imaginário.
Acreditamos que nem mesmo a idéia de traduzir virtual como um conceito
que encerra elementos potenciais traduz a verdadeira essência desta nova
perspectiva da realidade com a qual estamos lidando.
O mundo virtual existe e é construído a partir de elementos digitais,
no nosso ambiente, o que leva a uma expansão dos conceitos de realidade
embasados em paradigmas que também devem ser reconstruídos, pois
se utilizarmos apenas a visão mecanicista de mundo careceremos de uma
compreensão mais social e cultural desta perspectiva que se forma.
Por romper com a problemática da distância podemos, entre outras
abordagens e possibilidades, afirmar que a utilização da telemática
em si é um elemento que concorre para a democratização
do acesso ao conhecimento, ainda que reconheçamos sua dependência
de um grande número de outros elementos que no momento não concorrem
para esta mesma intenção - a democratização. Vejamos
por exemplo o custo das máquinas que, se comparado ao ganho da maioria
dos brasileiros, é alto e que, por outro lado, está sendo reduzido
a cada dia. Aliás, esta questão nos remete a contextualizarmos
o tempo de nossas afirmações, pois o que é verdade para
o inicio do ano de 1999 pode não ser verdade para fins deste mesmo ano,
dada a velocidade com que ocorrem as transformações no meio tecnológico
e especificamente do computador.
Outra perspectiva propiciada pela utilização da telemática é a possibilidade de interoperação entre grupos de estudos distribuídos e interconectados independentemente do continente onde os interagentes estejam fisicamente. Esta realidade propiciada pelo "mundo virtual" caracteriza uma forte perspectiva de troca que, sem dúvida, traduz-se como um elemento muito importante no novo paradigma do fazer educativo.
Sem dúvida ainda teremos muitas barreiras a serem ultrapassadas em diversas
frentes de atuação, como por exemplo a problemática de
linhas de comunicação, formação da cultura de trabalho
virtual, conquista de autonomia por parte de professores e alunos, equipamento
e outros.
Contudo, não existe mais espaço para a dúvida sobre a validação
ou não deste processo - utilização da telemática
no ensino - mas, sim para a busca e esta se dá sobre a problemática
metodológica e didática e sobre a evolução tecnológica
que permitirá um crescendo de utilização deste meio como
um agente de possibilidades para a construção do conhecimento.
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Abordar a história da Educação a Distância, na verdade, nos impulsiona ao tempo passado com mais ênfase do que poderíamos imaginar em um primeiro momento.
Quando falamos em Educação a Distância nos remetemos ao
século XVIII e a um jornal em Boston-EUA onde matérias de ensino
eram possibilitadas em anexo nas suas páginas. Outros autores contudo
situam o inicio da Educação a Distância no século
XIX, ano de 1881, quando a Universidade de Chicago disponibilizou através
de correspondência um curso de língua hebraica.
Passado este período, já no século XX, iniciam-se as produções
de alguns filmes instrucionais e, na seqüência, as transmissões
radiofônicas, em geral realizadas pelas universidades americanas.
Não podemos contudo afirmar que as experiências realizadas nestes
anos - anos 20 - possam ser computadas como tendo apresentado resultados favoráveis.
Na verdade, nos Estados Unidos da América estas experiências denotaram
um estado de fracasso ocasionado por diversos motivos. Segundo um documento
da Universidade Federal de Santa Catarina, preparado pelo Laboratório
de Ensino a Distância (1998), este fracasso se deu por questões
de pouco profissionalismo por parte dos envolvidos e por questões comerciais
que acabaram utilizando estes meios de divulgação e troca do conhecimento
como formas para realizar publicidade.
Os anos 30 marcaram a introdução de programas de televisão
com finalidades educativas, também nos Estados Unidos sendo que no final
desta década foram disponibilizados mais de 400 programas orientados
para a educação.
A década de 40 representou um avanço tecnológico, possivelmente
motivado pelo interesse das forças armadas americanas em desenvolver
novos formas de exposições de mídia e audiovisuais para
treinamento. Dessa maneira, novos meios de aprendizagem começaram a ser
desenvolvidos em conseqüência deste "avanço".
Neste sentido, é importante salientar que os trabalhos não apresentavam
grandes mudanças na metodologia de abordagem do processo de conhecimento,
mas estava centrado na pesquisa de novas formas de mídia e na pesquisa
de adaptação do material desenvolvido para a utilização
do meio tecnológico. É oportuno salientar que a pesquisa de novas
formas didáticas e metodológicas no uso da tecnologia para facilitar
a aprendizagem, seja nas escolas ou em treinamentos industriais ou ainda quaisquer
outros meios que envolvam a educação a distância, na realidade
encontram grandes desafios no aspecto motivacional e de geração
da administração da autonomia dos alunos, questão que não
era prioritária durante todo o desenvolvimento da pesquisa.
Cabe a pergunta para reflexão: Não seria este um indicativo claro
de que a Educação a Distância é um estudo que obrigatoriamente
deve se desenvolver de forma multidisciplinar, isto é, torna-se necessário
que profissionais de áreas como a Informática e a Pedagogia devessem
estabelecer um nível de comunicação mais profundo e interativo?
Nos anos 60, a Educação a Distância foi institucionalizada
na Europa no que se refere ao ensino médio e superior, consolidando-se
como uma forma de capacitação de recursos humanos rápida
e em busca de maior eficácia.
Segundo o trabalho do Laboratório de Ensino a Distância (op. cit.)
"As experiências que mais se destacaram, de acordo com Walter Perry
e Greville Rumble (1987), são em nível secundário: Hermonds
- NKI Skolen - na Suécia; Rádio ECCA - Ilhas Canárias;
Air Correspondence High School - na Coréia do Sul; Schools of the Air
- na Austrália; Telesecundária - no México; e National
Extension College - Reino Unido. Em nível Universitário: Open
University - Reino Unido; Fernuniversität - na Alemanha; Indira Gandhi
National Open University - Índia; Universidade Estatal a Distância
- Costa Rica.
A esta lista podem ser acrescentadas ainda: Universidade Nacional Aberta - Venezuela;
Universidade Nacional de Educação a Distância - Espanha;
Sistema de Educação a Distância - Colômbia; Universidade
de Athabasca - Canadá; Universidade para Todos os Homens e as 28 universidades
locais por televisão - China Popular entre outras."
Salientando que estamos apenas enumerando algumas das universidades, pois a
lista seria muito mais extensa se observássemos a quantidade de empresas
que hoje oferecem treinamentos de capacitação, formação
e reciclagem a distância de seus trabalhadores, em diversos níveis
para seus funcionários.
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HiSTÓRICO DA EDUCAÇÀO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Explicitado o avanço da EAD, vamos pontuar as situações do Brasil primando pela objetividade da informação:
1923 - Primeira vez que é utilizada a Radiodifusão no Brasil com
finalidades educativas por Edgar Roquete Pinto na Rádio Sociedade do
Rio de Janeiro e operada pelo Departamento de Correios e Telégrafos.
Transmitia assuntos ligados a literatura infantil e programas comunitários;
Anos 50 e 60 - Apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos no Brasil)
incentiva projeto das escolas radiofônicas;
1965 - Filiação do país a OEA - Organização
dos Estados Americanos - organização que tinha entre suas diretrizes
básicas priorizar programas de rádio e televisão, formar
mestres nesta área e promover a existência de uma coordenação
permanente na área;
1974 - Projeto SACI - O Sistema Avançado de Comunicações
Interdisciplinares realizou a utilização de satélite para
fins educacionais no Brasil. Projeto interrompido em 1977-78 por questões
de custo;
Fins da década de 70 - Telecurso 2º Grau é lançado
pela Rede Globo de Televisão, através da Fundação
Roberto Marinho.
Propunha a distribuição de apostilas e aulas televisivas. Na década de 80, lança o Telecurso 1º grau e no início da década de 90, o Telecurso 2000;
Meados da Década de 90 - Criação da Secretaria Especial
de Educação a Distância do Ministério da Educação
aumentando o envolvimento das universidades e das pesquisas na área metodológica
e com a adoção destas pelo SEBRAE, SENAC, SENAI, SENAT e SENAR;
O MEC lança os programas da TV
Escola e PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação);
Fins de 1997 - Mais de 50 mil escolas públicas já estão
equipadas com antena parabólica, computador, televisão e vídeo-cassete;
Início de 1998 - MEC inicia a distribuição de computadores
para os NTEs (Núcleos de Tecnologia e Ensino) visando a capacitação
de professores em informática educativa.